sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Porque não haverá outro PREC



Alguns amigos e conhecidos têm manifestado preocupação, uns, ou alegria antecipada, outros, pela possibilidade da actual onda de excitação manifestante nos poder conduzir a um novo PREC. Para descanso dos primeiros e desapontamento dos segundos, estou em condições de garantir que tal não acontecerá.

E não acontecerá porquê? Não será mais uma daquelas previsões como o défice ou o crescimento do PIB ou a taxa de desemprego que os nossos governos fazem? Nada disso. Não acontecerá porque lhe faltaria o combustível.

Onde estão as 866 toneladas de ouro deixadas pelo fascismo? Pesada herança que a preços actuais valeria uns 42,5 mil milhões de euros o que se fossemos a correr daria para pagar uns 20% da dívida ou uns 9 meses de importações. Dessas 866 restam umas 370 toneladas, o que desde logo reduziria a duração da festa.

Onde estavam os cerca de 200 mil «servidores do Estado» estão agora ninguém sabe exactamente quantos, talvez mais de 700 mil funcionários públicos. Onde estava uma despesa pública de 13% do PIB está agora uma de 48%.

Onde estava a dívida pública de 15% do PIB está agora uma dívida quase 8 vezes maior em percentagem do PIB e 20 vezes maior em valor a preços actuais. Com o que resta do ouro da herança fascista teríamos em pouco tempo que optar entre servir a dívida ou comer e não termos mais crédito.

O PREC que no seu período festivo durou 19 meses duraria agora umas semanas antes de o país fechar por inanição. Podeis, pois, ficar tranquilos ou desapontados, respectivamente.

publicado aqui


2 comentários:

  1. Excelente análise num país esquizofrénico.

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  2. Parece que os militares estão mesmo com falta de combustível e os Pandures, os substitutos dos Chaimites, também não funcionam muito bem, pelo que, se calhar, não conseguiam chegar a Lisboa.

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