sexta-feira, 5 de outubro de 2012

«José Gomes Ferreira e Medina Carreira para o Governo já»

Cada vez menos gente acredita na solução democracia...




Fartos dos políticos, alguns movimentos no Facebook querem um Governo de salvação nacional, com comentadores televisivos.

José Gomes Ferreira pode ser o próximo primeiro-ministro? O jornalista de Economia e subdirector de informação da SIC acha que a ideia «não faz sentido nenhum». Mas para muitos internautas o homem que dirigiu uma dura entrevista ao ministro Vítor Gaspar tem todas as condições para estar à frente dos destinos do país.

No Facebook, são já várias as páginas e movimentos que apoiam a criação de um governo de salvação nacional com alguns dos comentadores que mais têm criticado as medidas do Executivo. O economista Medina Carreira, o politólogo Adelino Maltez e o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro são outros ‘heróis’ da crise.

Todos comentam a actualidade na televisão e somam apoios nas redes sociais, sendo vistos por alguns como uma alternativa aos políticos que nos governam.

José Gomes Ferreira nem sequer tem conta numa rede social, mas a sua página de fãs no Facebook já ronda os 28 mil seguidores. «Não tenho Facebook e nunca terei. Há uma responsabilidade de dar feedback constante aos seguidores e eu não tenho tempo para isso», explica ao SOL.
 
‘É a prova de que o país endoideceu’

Descartando qualquer hipótese de entrar na política, tem a certeza de que os que hoje o aplaudem rapidamente o criticariam se fosse governante: «As pessoas que gostam de me ouvir criticar a TSU provavelmente não ouvem tudo o que eu digo, porque eu sou a favor da austeridade». É que, se fosse ministro das Finanças, a solução de Gomes Ferreira seria «taxar o 13.º mês também dos privados».

Medina Carreira também não tem tempo para estar na internet, mas isso não o impede de acumular 33 mil fãs no Facebook. O comentador da TVI24, que já foi ministro das Finanças após o 25 de Abril, no primeiro Governo Constitucional, desvaloriza o apoio: «Um governo de salvação nacional comigo? A última prova de que o país endoideceu é essa» – atira, entre gargalhadas.

«Os portugueses gostam de paleio», afirma ainda Medina Carreira para justificar a sua popularidade, assegurando que não está interessado em dar alternativas às políticas do Governo: «O país está entupido de ideias. E eu estou farto de idiotas».

Outro dos nomes apontados para este original ‘governo sombra’ é o de Adelino Maltez que previne logo: «Se eu nem me sei governar a mim mesmo....». «A malta gosta de ouvir comentadores», remata, para explicar este movimento. Um governo de salvação parece-lhe uma solução tanto mais descabida quanto considera que «a atual maioria continua a ter todas as condições para governar». O politólogo frisa, porém, a importância da «grande manifestação» de 15 de Setembro – que vê como «um cartão amarelo» à governação, mas não como um sinal de fim de regime e de rejeição do sistema político-partidário.

O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro também diz que «deve ser uma brincadeira» a ideia de integrar um governo. «Estou espantado. Sou apolítico», assegura, perguntando de seguida se Medina Carreira também está no lote. «Faz sentido. Eu e ele pensamos o mesmo em relação a muita coisa» – diz, aventando que a expressão «servos da gleba», que usou para designar os contribuintes, pode ter ajudado a dar-lhe notoriedade. «Usei o termo no programa do Gomes Ferreira e a coisa pegou». Se estivesse no poder, garante que não ia aumentar impostos, mas «cortar na despesa do Estado» – como as rendas monopolistas, as Parcerias Público Privadas e as entidades reguladoras.
 
Ninguém assume a ideia

Apesar de as caras deste ‘governo’ de salvação nacional se multiplicarem nos murais do Facebook, ninguém assume a paternidade da ideia. O movimento RiseUp Portugal – em cujo mural  foi publicada a proposta – limita-se a explicar que «este post foi enviado por um seguidor da página». A equipa assegura que «não apoia neste momento qualquer partido político».

Ana Nicolau, uma das organizadoras da manifestação de 15 de Setembro , ouviu falar na ideia, mas garante que o movimento ‘Que se Lixe a Troika’ não está a apresentar propostas de governação: «A única coisa que queremos é travar a troika e os troikistas». Mas percebe a popularidade de Gomes Ferreira: «Isso começou após a entrevista a Vítor Gaspar, quando ele assumiu que se sentia indignado como todos os portugueses. As pessoas não estão habituadas a bom jornalismo».


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4 comentários:

  1. Vivendi, precisamos de líderes com inteligência e sensibilidade.
    Se são eles aqueles que reúnem maior consenso, então siga. Não devemos é acumular excessivas esperanças, nem com a ascensão destes nem com a governação que lhes seria exigida. Aquilo, a política, é uma máquina de triturar pessoas. Mas valia pela experiência, e pior certamente que não fariam.

    um piqueno problema:
    o medina carreira "separou-se" da SIC. Será que foi só por causa do Plano inclinado ou o gomes ferreira está metido ao barulho? O medina era bastante assíduo no jornal do Gomes Ferreira.

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    1. O último programa foi com o Henrique Neto e andaram entretidos a falar de maçonaria.

      Na altura o que se soube foi que houve uma forte discussão entre Mário Crespo e Medina Carreira porque o Mário Crespo teimava em não apresentar os gráficos de Medina Carreira.

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  2. Nenhum destes resolveria grande coisa, ver o caso do Nuno Crato no plano inclinado até falava de dinamitar o ministério foi para lá e pouca coisa mudou.

    O Medina é socialista, mas como é um dos que faz contas já percebeu que o temos de diminuir.

    O Gomes Ferreira gosta de aparecer muito indignado, mas quando o Sócrates e Teixeira andavam a dinamitar Portugal, era só elogios.

    Convida sempre para o programa socialistas, anda lá sempre com o velho do Silva Lopes que não sabe dizer mais nada senão o mesmo de sempre.

    O que o Português quer é sempre a mesma coisa, que venha algum anjo e os salve,

    Aversão ao risco é total, sempre que existe algum problema seja tempestade, tornado, incendia, etc... Primeira frase a sair da boca "o Estado tem de fazer alguma coisa".

    O planeamento central is strong no povo português, se estes fossem para lá iam fazer a mesma merda, munidos do seu grande intelecto, iam vou cortar aqui aumentar ali, mexer aqui mexer acolá e o crescimento vai aparecer.

    O colectivo nunca se pode sobrepor ao individual numa economia de mercado livre, a maioria nunca pode determinar o caminho do individual, isso é exactamente o contrário de uma sociedade livre.

    É incompatível uma sociedade livre com o actual modelo de estado.

    É se eleito e tem se o poder total, basta ver que o Estado hoje tem o poder total de fazer o que lhe bem apetecer e poucos direito temos.

    O principal é constantemente violado, o direito de propriedade.

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    1. Os problemas que apontas Filipe colocam em causa toda a civilização ocidental. Os indivíduos tem de perceber antes de tudo a sua falta de liberdade perante os vários condicionamentos do estado para haver mudanças. Muitos ainda creem que a solução está em mais estado.

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