domingo, 15 de janeiro de 2012

Protecionismo - O caso Brasil






O sucesso do Brasil é baseado na exportação de commodities, essencialmente para a China.
Existe um boom imobiliário especulativo e de crédito farto, filme já conhecido pela Europa e EUA, existe ainda uma inflação alta e outros mais problemas, mas o Brasil tem uma balança de excedentes comerciais.
A sua indústria exportadora, tirando os commodities, os poucos exemplos de sucesso, são na área dos calçados, aviação e pouco mais há a registar de significante.
Quanto a importações, qualquer produto de origem importada no Brasil atinge valores absurdos. Desde uma simples lata de conserva ou garrafa de azeite (onde é bastante difícil a criação deste produto em terras brasileiras por razões climáticas), até um qualquer material de incorporação tecnológica.
O que acontece então a nível industrial? É que qualquer produto para singrar em vendas, tem de colocar a sua base industrial no Brasil. A maior concentração de indústrias alemãs fora da Alemanha, está no estado de São Paulo, e observemos também a quantidade de multinacionais que existem na zona franca de Manaus.
A própria China pensa em criar uma fábrica automóvel para poder ser competitiva em vendas no imenso mercado Brasileiro.
O que levanta a seguinte questão? Valerá a pena a União Europeia taxar fortemente os produtos importados, seguindo a título de exemplo o Brasil?
Com a concordância necessária da Alemanha, seguindo esta política de industrialização, a UE poderia recuperar empregos e o imenso mercado de consumo interno europeu. A própria França já acredita no protecionismo, pois também tem desequilíbrios comerciais.
É assim pertinente olhar para a política de intervenção e o exemplo industrial brasileiro. A forma como eles quase que obrigam a colocação da indústria no Brasil para quem quer aceder com relevância a este apetitoso mercado.
Em conclusão, a melhor forma de resolver os problemas da desindustrialização, seria entender a UE como um bloco económico, em que quem quer vender neste mercado de forma expansionista, tem de colocar aqui a sua indústria, nas regras europeias vigentes. Assim as indústrias exportadoras, chinesas, americas, brasileiras, russas, e demais locais…, se quisessem ter acesso ao mercado europeu teriam de colocar na UE as suas indústrias e da mesma forma deveria acontecer com a indústria europeia em outros mercados.
Seria uma globalização mais equilibrada, respeitando as regras locais (salários, condições ambientais, realidade económica, etc...)
A economia de mercado deve ser o mais livre possível mas como existe várias discrepâncias a nível global, é imperativo agrupar os mercados em blocos económicos, mas com interligações justas e prósperas para todos.

20 comentários:

  1. Sem duvida seria o caminho certo para a europa...

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  2. por cá segundo se consta, até as lojas chinesas estão livres de impostos durante os 5 primeiros anos e eu se quiser abrir uma pago o bom e o belo. não deveriam ter pelo menos as mesmas obrigações? cheira-me a esturro... será que o tacho já está queimar?

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  3. ou vez de tacho deveríamos passar a usar o termo "wok"?

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  4. Até quando não vamos enxergar? Precisamos fortalecer nossas industrias, turismo e comercio para gerar cada vez mais empregos dentro de Portugal, para isso eu acho que devemos cada vez mais realizar cimeiras bilaterais com os BRICs, Mercosul e CPLP, temos que fechar negócios com estes blocos, fortalecer nossas relações bilaterais, e atrair investimentos destes países para Portugal, só assim conseguiremos sair dessa crise, com investimento externo em Portugal e uma grande melhoria nas exportações, é isso basicamente o que esta acontecendo no Brasil.

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  5. o que se diz quando de economia não se sabe....

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    1. Uau... lol! Escreveu e não disse nada. Deve saber muito. Critica só para dizer que existe quando na realidade não existe!

      Na minha opinião o declineo ocidental é óbvio e até Medina Carreira aponta a necessidade de protecionismo na Europa. Se a europa não quiser perder ainda mais indústrias e empregos e pior ainda o seu estado social tem de colocar uma travão a esta globalização.

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  6. Vejamos o que está em causa:
    - A globalização foi criada e impulsionada pelos EUA e Europa porque as suas multinacionais (mais as do Japão) precisavam de novos mercados para crescer. Para negociar condições para entrar nos mercados asiáticos e sul-americanos tiveram que abrir as suas fronteiras às importações de produtos de baixo valor acrescentado (têxteis, calçado, e outros) numa primeira fase, caso contrário a Nike e a Adidas não teriam conseguido boas condições para a instalação de fábricas na China, Vietnam, Brasil e Malásia com mão-de obra a preços de saldo. Numa segunda fase isto aplica-se também à tecnologia como qualquer utilizador Apple sabe ("Designed in California by Apple. Made in China"). E todos nós lucrámos com isso pois compramos tudo a preços que se fossem fabricados na U.E. custariam o dobro. Os ténis as roupas, as mobílias do IKEA, iPhones e iPads, etc.
    - Os países "em vias de desenvolvimento" estavam em vantagem negocial pois eram os outros que precisavam desesperadamente de novos mercados, e satisfazer povos em democracia é muito mais exigente para os respetivos governantes do que em autocracia. Logo negociaram vantajosas condições para poderem exportar para o "1º mundo" sem terem que abrir as suas fronteiras às importações pois isso teria efeitos contrários no seu desenvolvimento económico.
    - Alterar este estado de coisas é difícil e improvável:
    - Taxar fortemente os produtos importados desde logo vai encarecer os mesmos no mercado interno e provocar inflação. Pior, quando falamos de produtos importados na U.E. e E.U.A. não estamos só a falar de produtos acabados mas sim de componentes para a indústria. Um carro produzido numa fábrica francesa (ou polaca ou romena de marca francesa) tem componentes produzidos um pouco por todo o mundo, logo os interesses da indústria europeia seriam prejudicados e nós como consumidores também pois o carro seria mais caro, e a inflação provocaria taxas de juro mais elevadas logo menos consumo e menos atividade económica. Os empresários prefeririam virar-se cada vez mais para mercados em crescimento do que em estagnação.
    O crescimento económico só deriva de dois fatores fundamentais: a DEMOGRAFIA, leia-se crescimento populacional, e a INOVAÇÃO, leia-se novas tecnologias, novos métodos e processos de racionalização económica, novos produtos que apelam à psique do consumidor.
    O crescimento de alguns países asiáticos está garantido pela demografia, em alguns mais de 50% da população tem menos de 30 anos. Não é o caso da China que já alguém disse que será o primeiro país a envelhecer antes de se tornar desenvolvido devido à política de "filho único". Mas a sua dimensão acaba por minimizar o problema.
    A Europa tem conseguido minimizar o envelhecimento populacional com a imigração. Mas esta tem limites e acabará por ou destruir a identidade europeia ou conduzir à emergência de movimentos políticos radicais e xenófobos.
    Continua...

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    1. o mobiliário IKEA, a maior parte dele é feito em fabricas na Europa, incluindo Portugal, em Paços de Ferreira.( mas estou de acordo com o seu comentário)

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    2. os produtos do ikea são na esmagadora maioria feitos na asia.

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  7. Continuação:
    A única saída para o crescimento económico europeu é o da inovação conforme definida acima. Alguns países do norte estão no bom caminho porque perceberam isto há muito tempo, têm excelentes sistemas de ensino e universidades e apostam na educação. Outros não... A diferença de educação e capacidade de trabalho, leia-se estudo e trabalho, dos jovens asiáticos nada tem a ver com os europeus. Dos portugueses nem se fala estamos a anos-luz e condenados a ser um povo ignorante e subdesenvolvido. Mesmo que se façam agora as apostas certas (ou se continuem algumas que foram feitas recentemente pelo Ministério dirigido por Mariano Gago na educação e investigação científica, o que é improvável) só daqui a pelo menos uma geração produzirão verdadeiros efeitos. E entretanto os outros não estão parados.
    Temos sempre como alternativa apostar no crescimento populacional…
    A verdade já repetida até à exaustão é que vivemos acima das nossas possibilidades durante muito tempo e estamos a pagar a fatura. Desengane-se quem espera que a recuperação dos salários perdidos acontecerá no futuro próximo. Estamos mais perto de perder ainda mais do que de recuperar o perdido.
    Recomenda-se o excelente documentário da BBC disponível neste blogue (o fim da festa) e que tem duas partes (no youtube "the partys over"); e a leitura do início do 1º capítulo de "Hot, Flat and Crowded" de Thomas L. Friedman (existe tradução em português "Quente, cheio e plano") disponível em Inglês aqui http://www.thomaslfriedman.com/files/hot_flat_2.0_chap1.pdf
    Paulo - Lisboa

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  8. Oh amigo, você não diz o que sabe nem sabe o que diz, aqui no Brasil tudo mas tudo é super carregado de impostos, não é só o importado, até o nacional é super tributado, dou-lhe um exemplo simples, as havaianas vulgo chinelo de meter o dedo em Portugal têm de impostos 45%, por aqui o Governo aumenta os impostos e muda as regras do jogo a meio do mesmo sem cumprir sequer a constituição que dá 90 dias de prazo em matéria de aumento de impostos, fora a burrocracia para poder abrir seja que negócio for, é de desesperar o mais paciente, resumindo, o Brasil é o País do mundo com mais e maiores impostos, dão-se ao descaramento disto, você vai numa caixa ATM (aqui não existe multibanco, só pode levantar dinheiro nas agências do banco onde tiver conta) continuando, vai levantar dinheiro que é seu e paga IOF que é o imposto de operações financeiras, já para não falar que o custo de vida aqui é 2,3 ou 4 vezes mais caro que em Portugal, mas isso já depende do Estado onde vive, o imposto alto para proteccionismo é uma falácia de todo o tamanho

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    1. Este comentário diz respeito a economia brasileira como um todo, quando o post é respeitante à macro-economia, e à balança comercial entre países... Com essas vicissitudes apontadas no seu comentário sobre o Brasil, imagine se a as transações correntes fossem deficitária, importasse mais do que exportasse, seria o caos e o retorno a economia dos anos 80, com a sua gigantesca dívida externa.

      Bem ou mal o Brasil respira e tem perspetivas de crescimento.

      Para terminar um exemplo:
      A bolsa família (RSI brasileiro), se este dinheiro canalizado para os mais necessitados fosse gasto maioritamente em importações era dinheiro que se perdia, como acontece no caso do RSI em Portugal, no caso do Brasil estimula maioritariamente as suas indústrias e permitiu até o aparecimento da classe média.

      Não podemos olhar apenas para o imediato ou para um parte, mas sim entender o todo.

      Sobre o post em debate:

      Será que a Alemanha aceita? E a posição dos EUA? Quanto mais emprobecimento, desemprego irá acontecer no ocidente até as pessoas abrirem os olhos

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    2. O Bolsa Família é pago pelo governo logo sai dos impostos, quem quiser importar continua a importar na mesma, como não existe bela sem senão como me explica que 1klg de feijão ou de arroz aqui no Brasil custe mais que em Portugal, eu explico, IMPOSTOS que é o que o governo saber fazer por aqui, quanto a importações o Brasil exporta minério de ferro para depois importar outra vez já transformado, como me explica que o aço fabricado no Brasil é mais caro que o importado etc etc etc, como me explica que em cada 10 micro empresas abertas ao fim de um ano só restam 2 eu explico IMPOSTOS, aqui as empresas ao fim do ano são tributadas em 50% do seu lucro, é de doidos

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    3. O amigo continua a misturar a macro-economia com a economia em geral. Os impostos são altos no Brasil? Também o são nos países nórdicos. Claro que a organização do Brasil não é comparavél. E a questão de impostos é uma política de governo, o intervencionismo industrial diz respeito à proteção da indústria brasileira.

      Algumas importações até podem ser mais baratas que alguns produtos transformados... E até servem de exemplo para estimular a concorrência e preços.

      Agora na Europa sabemos como é a falta de intervenção, pois aqui as industrias estão a desparecer.... O caso da Alemanha é específico até a China atingir a qualidade já que já venceu a quantidade.

      O essencial aqui, é que o Brasil tem indústria, ou o amigo prefere que as indústrias fechem para se importar produtos mais baratos da Ásia.

      Olhe que nessa estratégia em alguns anos no Brasil deixa de haver crescimento económico, aparece o défice comercial, falências, desemprego, estado social em causa.

      Um país sem uma base industrial não consegue subsistir economicamente e enterra-se na dívida, exemplos de países a comprovar não faltam.

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    4. brasil impostos enormes = crescimento
      eua = baixos impostos = decadencia

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  9. 1) Minérios e produtos agricolas (as tais commodities) são só 11% do PIB do Brasil, ainda há a industria 26% e serviços o restante. Não existe boom especulativo algum, apenas os preços subiram por causa do gigantesco programa de financiamento de construções do governo mas os preços já estão se estabilizando. Ao contrário de outros países no Brasil as vendas de imóveis são feitas por alienação fiduciária onde o comprador usufrui mas só é dono quando paga a última prestação, consequentemente não pode hipotecá-lo nem meia vez quanto mais várias vezes como em outros países. Quem recebe o crédito é a pessoa física (q tem q comprovar renda e um sem fim de papéis e
    garantias, aqui não é como nos EUA onde gente sem renda comprou imóvel, aqui gente sem renda vai é para debaixo do viaduto mais próximo) e não o imóvel como nos EUA. Tb não é muito inteligente comprar muitos imóveis já q esse tipo de investimento tem pouca liquidez, ou seja, uma coisa é vc ter uma casa que é avaliada em 1 milhão de dólares mas isso só se torna uma verdade quando alguém durante a venda efetivamente pagar esse valor por ela sem falar q o governo ao precisar de terrenos para os programas habitacionais pode desapropriar o seu terreno pagando um valor muito aquém e aí são anos e anos na justiça etc. O Brasil tem uma série de leis e regulamentos rigorosos e intrometidos q os outros países frouxos não têm, antes elas eram sinais de nosso atraso e hoje provaram serem sábias e nos impede de repetir as asneiras alheias no mundo imobiliário.

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  10. 2) A inflação está sobre controle novamente. Não há como ser a 6ª economia do mundo só na base de commodities e a nossa indústria é 'um pouco mais' q só calçados e aviação e há muito para se registrar de significante, basta procurar na web nos sites da Confederação Brasileira da Indústria ou nas federações dos estados. Aliás para ficar apenas na aviação, para se produzir um avião há a necessidade de ter 'n' fornecedores qualificados q por serem qualificados não produziriam só para um cliente e por fazerem parte da excelencia dos produtos da Embraer estariam qualificados para exportar a qualquer mercado do mundo! Os exemplos de sucesso são vários! Os produtos importados são muito baratos atualmente pq a nossa moeda está muito valorizada. O Brasil é capaz de produzir qualquer coisa em seu solo desde q os nosso cientistas encontrem as variedades adequadas, isso recentemente aconteceu em 2 estados de regiões diferentes quanto ao azeite, basta agora falta disseminar, ou seja, encontrar produtores dispostos a investir nesse novo produto, com o aumento da produção o preço cairá! Antes tb todas as maçãs vendidas no Brasil eram argentinas, eram caras e os mais pobres só as ganhavam quando ficavam doentes ou faziam aniversário, hoje não há quase maçãs argentinas e qualquer brasileiro q ganha o mínimo pode comer as variedades nacionais. A maior cidade industrial - concentração de indústrias de uma só nacionalidade - da Alemanha, Holanda, Suécia etc estão na cidade de São Paulo embora obviamente no estado de SP mas estão em apenas uma cidade! Várias indústrias chinesas de autos instalaram-se ou devem se instalar não só no Brasil como em outros países do Mercosul. Carros das montadoras de autos instaladas no Paraguai, Uruguai, Argentina e México não pagam imposto de importação para entrar no Brasil, no futuro esse acordo incluirá mais 7 países!

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  11. 3) Quanto à Europa ela sabe muito bem o que deve fazer, se não fez foi pq não quis ou não pode fazer, pq era só repetir o q já faz na agricultura sustentando produtores ineficientes com subsídios ou até mesmo pagando-os para nada fazer conforme acontece em Portugal, sem falar nas barreiras sanitárias! O q não pode ser esquecido no todo desse tipo de raciocínio é a quantidade de multinacionais q existem nos mercados emergentes que consequentemente remetem lucros a suas matrizes, isto é, as empresas da Europa e de outros lugares continuam a ganhar e muito com as vendas feitas naqueles mercados, só a indutria automobilística do Brasil mandou para suas sedes fora do país 45 bilhões só não sei se de reais ou de dólares, de qualquer forma trata-se de uma fábula de dinheiro e poderíamos taxá-los tb em represália a alguma medida que tomem contra os nosso interesses já que chumbo trocado não dói!

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    1. Gostei dessa: "chumbo trocado não dói". Eh Eh.

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    2. PERFEEITOOO...................NAODOI ESMO LOLL HIHIHIH

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